17.4.11
9.8.10
NOITE SEM ALMA
A Noite vem poisando devagar
Sobre a Terra , que inunda de amargura...
E nem sequer a bênção do luar
A quis tornar divinamente pura...
Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura...
E eu oiço a Noite imensa soluçar!
E eu oiço soluçar a Noite escura!
Porque és assim tão escura, assim tão triste?!
É que, talvez, ó Noite, em ti existe
Uma Saudade igual à que eu contenho!
Saudade que eu sei donde me vem...
Talvez de ti, ó Noite!...Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que eu tenho!!
Florbela Espanca
13.7.10
21.6.10
12.6.10
7.6.10
MIL DEMÔNIOS...
Em meu coração penetraste,
Tu que, qual furiosa manada
De demônios, ardente, ousaste,
De meu espírito humilhado,
Fazer teu leito e possessão
- Infame à qual estou atado
Como o galé ao seu grilhão
27.5.10
MEU AMOR É UM VAMPIRO
Se apaixonar não é nada fácil. Rola ansiedade, expectativa e muito nervosismo pensando no primeiro encontro e, quem sabe, no primeiro beijo. Imagine então quando o pretendente é um vampiro?
Pode ser um bem tradicional de capa e longos caninos, um sombrio e misterioso que aparece de repente na sua janela ou um aventureiro de moto e calça jeans, louco para te levar em um passeio inesquecível. Nesses casos, a adrenalina é ainda maior!
Nas perigosas páginas de Meu Amor é um Vampiro você conhecerá histórias fantásticas das melhores autoras de literatura vampiresca nacional, repletas de casais apaixonados e situações surpreendentes. Mas não pense que tudo são flores e caixas de bombom, afinal de contas, encontrar o par perfeito pode esconder terríveis surpresas.
Proteja o seu pescoço e marque um encontro com histórias que vão do romance ao susto, do suspense ao riso, numa leitura com beijos de tirar o fôlego.
Quem nunca se apaixonou que enfie a primeira estaca.
ERIC NOVELLO
25.5.10
NOITE NEGRA ...
Nau à deriva, por vezes presa em atóis de tristeza
Com olhos cegos pela densa neblina da maldade
Senti-me como um ser sem a devida autoridade
Pertinente a quem se julgava senhor da certeza
Certeza na vida, no amor e, sobretudo, na verdade
Senti-me como se o chão se abrisse sem piedade
E que meu corpo adoentado pela irreal aspereza
Caía, despencava em um abismo de temeridade
Quando enfim alcancei o fundo da tal profundidade
E bati com as duas mãos no chão da impureza
Pude então voltar com fúria e tenacidade
Pude sentir em minhas entranhas energia em quantidade
Que poderia recriar, pedra a pedra, uma fortaleza
Que poderia roubar da Lua Branca, a claridade
k.chiabotto
14.5.10
11.5.10
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!
Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos contorta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!
Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
-- Velho caixão a carregar destroços --
Levando apenas na tumba carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
6.5.10
EU E MINHA LIBERDADE ...BEM RESOLVIDAS !
que não nasci convencional,
quebrando as
regras...
Sem pedestal!
Nasci meio bruxa,
meio santa, meio
louca...
Incertinha, atrevida...
Cheia de defeitos indolores...
De
corpo fechado
e de alma com cores!
Romântica, perdida,
vulgarmente
de cara limpa!
Sem passaporte pra desgraça,
cheia de ginga pra
vida!
Pecadora...
Sem tendência à confissão!
Sem rótulos,
sem bulas...
Deliciosamente, EU!
Dona de meus defeitos
e o
ápice do meu apogeu!
5.5.10
JURA ETERNA
Fico enrolado em seus abraços.
perdindo em pensamentos e
navego para a ilha dos meus sonhos.
Sei que lá tem um castelo.
uma taça de vinho e uma confortável sala.
Espero que juntos façamos a nossa propria
música noturna.
E que no embalar desta melodia
façamos um mundo com mais verde e menos cinza.
Faça-me mestre e te faço guerreira pela eternidade.
E que neste momento. sua lágrima se transforme
em chuva, em vida, em morte, em dança,
dança da lua, a dança dos vampiros.
(Adriano Siqueira)
A janela aberta,
o balanço das cortinas
por causa do vento,
por causa da chuva.
A luminosidade dos raios
Penetra nas paredes escuras do quarto.
A silueta de um homem
com olhar sobrenatural,
bem na frente da janela.
Seus olhos brilham,
emanam energias desconhecidas.
olham atentos
os lençois em movimento.
Mulher maravilhosa que
se mexe enfeitiçada
coreografia de quem flutua.
Clama pelo homem.
Delira em extase,
em prazer, em fogo.
A chama acesa,
chama por mais.
Suas mãos o convida para a cama.
(Adriano Siqueira)
30.4.10
VAMPIROS REAIS
INSANO
Ja sei o que veio fazer aqui.
Quer mostrar que tenho cura,
Que posso ser normal.
Sei o que quer.
Quer transformar meu mundo
Tirar minha insanidade
Tentar ser o salvador do meu caos.
Então tente...
Quem sabe coloco seu cadaver
no meu canto preferido.
Apenas para lembrar
Do mundo que quer me salvar
( Fonte-Momentos noturnos de Adriano Siqueira )
29.4.10
que não nasci convencional,
quebrando as
regras...
Sem pedestal!
Nasci meio bruxa,
meio santa, meio
louca...
Incertinha, atrevida...
Cheia de defeitos indolores...
De
corpo fechado
e de alma com cores!
Romântica, perdida,
vulgarmente
de cara limpa!
Sem passaporte pra desgraça,
cheia de ginga pra
vida!
Pecadora...
Sem tendência à confissão!
Sem rótulos,
sem bulas...
Deliciosamente, EU!
Dona de meus defeitos
e o
ápice do meu apogeu!
16.4.10
OS ESQUECIDOS, MAS ...
Moramos aqui.
Não temos casas e nem castelos.
Somos os abandonados, os condenados.
Os humanos nos chamariam
de moribundos ou um bando de indigentes mas,
amamos uns aos outros.
Poetizamos, contamos nossas histórias,
de nossa familia de nossos amigos,
de nossa vergonha.
A dor é menor quando
vomitamos nossos defeitos e pecados.
Não pense em encontrar riquezas e nem conforto aqui.
Terá apenas proteção.
Uma proteção duvidosa. Garanto,
pois quando a fome chega...
é só ela que importa.
Adriano Siqueira
2.2.10
23.1.10
QUERO SEU SANGUE ...
- Sou α feridα que nuncα curα
- Sou α dor dα αlmα. Sou suα sede
- De enlouquecer, gritαr,
- chorαr, se cortαr, ou fingir que αmα
23.10.09
BRUXA TAMBEM SE TRANSFORMA EM VAMPIRA
Uma fêmea vampiro, a bruxa é geralmente transformada em vampiro por bruxaria.
Ela sai de casa à noite, sob a forma de um pássaro e sua atividade mais freqüente é atormentam cansados viajantes perdidos.
Ela disse que é exibido como uma bela donzela e leva uma vida normal por dia, levando as crianças, que em geral se tornam sua forma regular de alimentos.
Ela diz-se ser impossível de matar.
AS LEIS DO SANGUE
O vampirismo está sempre associado a um drama, uma maldição, uma doença psíquica hereditária. Na epopéia negra e vermelha dos vampiros apareciam casais amaldiçoados, homicidas megalômanos tais como o príncipe VIad Drakul, grandes famílias atingidas por um mal misterioso, como os Bathory ou os Cillei na Romênia do século XV.
Todos eles fascinados por uma espécie de vontade mórbida, rapidamente transformada em neurose, em obsessão. Cultivam desejos dos mais perturbadores, tais como Bárbara Cillei e seu irmão partilhando da mesma cama ou VIad Drakul empalando os seus prisioneiros e fazendo-se servir de faustosas refeições, entre cadáveres suspensos de lanças e piques.
Vive-se febril e loucamente a sexualidade e a morte. O leito nupcial torna-se fúnebre pelas maldições e juramentos terríveis nele feitos. «Voltarei!...» Uiva Bárbara Cillei antes de morrer. Herman, seu irmão, invocará os demônios da antiga magia para que a irmã ressuscite. As crônicas romenas da região da Transilvânia afirmam que o êxito teria sido completo. Bárbara Cillei saiu do túmulo visitando o castelo de Varazdin, onde tem a sua sepultura. Coincidências ou epidemias diabólicas? Em 1936, na aldeia de Kneginecc – perto de Varazdin – várias pessoas novas, rapariguitas, pereceram de maneira estranha. «Algumas morreram em poucas semanas, em dois ou três meses no máximo, sem se lhes conhecer qualquer doença. Todas tinham sobre a garganta duas ou três manchas azuladas. Muitos destes jovens acordavam durante a noite atormentados por horríveis pesadelos.»
O ritual do exorcismo praticou-se nas ruínas de Varazdin por um sacerdote ortodoxo da igreja do Oriente. Rapidamente pararam as manifestações. Dizem os velhos de Kneginec que o Grande Exorcista libertou a aldeia, mas ninguém esclarece se os restos mortais de Bárbara Cillei, morta no século XV, foram ou não exumados.
Os processos verbais que relatam os fenômenos vampirescos demonstram-nos através de que mecanismos o não morto se propaga e contamina quantos leiam. Citemos por exemplo o inquérito conduzido pelo tenente Buttner, do regimento de Alexandre de Vurtemberga, a 7 de Janeiro de 1732, o Visum et Repertum, que intrigou Luís XV e o duque de Richelieu:
«Tendo ouvido dizer por mais de uma vez que na aldeia de Medwegga, na Sérvia, os pretensos vampiros provocavam a morte de muita gente sugando-lhes o sangue, recebi a ordem e missão, através do comando superior de Sua Majestade, para que o caso fosse esclarecido beneficiando, para questão de inquérito, do apoio de oficiais e de dois Unterfeldscherer.
»Perante o capitão da Companhia de Heiduques Gorschitz, Heiduck, Burjaktar e os outros heiduques mais antigos do local, examinamos os fatos. Estes, logo que interrogados, nos relataram unanimemente um caso ocorrido, havia cinco anos, com um heiduque da região (um heiduque é um membro da nobreza local) chamado Arnold Paul que ao cair do carro de feno partira o pescoço. Mais tarde, passados alguns anos, teria contado repetidas vezes ter sido vítima de um vampiro, perto de Casanova, na Pérsia turca.[1][1]
»Teria por esse fato resolvido comer alguma terra no túmulo de um vampiro, esfregando-se com o sangue do mesmo, uma vez ser voz corrente evitar assim a maléfica influência. Todavia, vinte ou trinta dias após a sua morte havia gente a queixar-se que Arnold Paul os atormentava, chegando mesmo a matar quatro pessoas. Para que se acabasse com este perigo, o heiduque aconselhou os habitantes dessa região a desenterrarem o vampiro e assim foi, quarenta dias depois da morte deste. Encontraram-no em perfeito estado de conservação; a carne não decomposta, os olhos injetados de sangue fresco que também escorria do nariz e dos ouvidos, sujando-lhe a camisa e a mortalha. As unhas das mãos e pés estavam soltas, e novas unhas cresciam em seu lugar, pelo que se concluiu tratar-se de um arqui-vampiro. Assim, segundo a norma do sítio, atravessaram-lhe o coração com uma estaca.
»Mas enquanto se procedia a esta ação, jorrou do corpo uma enorme quantidade de sangue, acompanhada de um lancinante grito. Nesse próprio dia foi queimado, e as cinzas lançadas ao túmulo. Aquela gente afirmava que as vítimas dos vampiros transformam-se, por sua vez, em vampiros. Por tal razão se decidiu proceder da mesma forma para com os quatro corpos atrás referidos.
»O caso não ficou por aqui porque o dito Arnold Paul atacara não só pessoas mas também gado!
»Aqueles que diziam ter comido carne de animal contaminado e que disso vieram a morrer ficaram presumíveis vampiros, tanto que no espaço de três meses, (em dois ou três dias) sem nenhuma doença previamente detectada, pereceram dezessete pessoas das idades mais diversas.
»Heiduque Joika faz saber que a sua nora, Staha Joica, tendo-se deitado quinze dias antes de perfeita saúde, soltou durante a noite um grito medonho, acordou em sobressalto tremendo de medo, queixando-se de ter sido ferida no pescoço por um homem, filho do heiduque Milloe, que morrera havia quatro semanas. Desde então definhando hora a hora, morria oito dias depois.
»Por todas estas coisas nessa mesma tarde, depois de ouvidas as testemunhas, fomos ao cemitério acompanhados pelo heiduque da aldeia, para que se abrissem os túmulos suspeitos e se observassem os corpos.
»Esta investigação revelou os seguintes fatos:
»– Uma mulher de nome Stana, ao dar um filho à luz e no seguimento de uma curta doença de três dias, morreu aos 20 anos e 3 dias confessando que, para se livrar de toda a espécie de influências, se esfregara com sangue de vampiro. O seu estado de conservação era excelente. Aberto o corpo descobriu-se uma grande quantidade de sangue fresco na cavitate pectoris.
»– Miliza, uma mulher com 60 anos que morreu após três meses de doença e enterrada noventa e tal dias depois, tinha ainda uma quantidade de sangue em estado líquido.
»– Os oficiais do rei enumeram ainda onze pessoas da mesma aldeia, mortas em circunstâncias estranhas mantendo sangue fresco e concluem a seguir, no seu relatório: ‘Depois de devidamente registrado o que atrás foi exposto, ordenamos à ciganagem que passava que decapitassem todos esses vampiros. Foram queimados os corpos e espalhadas as cinzas por Morávia, enquanto, devolviam aos caixões, os corpos encontrados em estado de decomposição.’ EU AFIRMO e os Unterfeldscherer, QUE TODAS AS COISAS SE PASSARAM TAL COMO ACABAMOS DE RELATA-LAS, em Medwegya, na Sérvia, a 7 de Janeiro 1732.»
Fonte (Morte súbta)
22.10.09
FILME ENTREVISTA COM O VAMPIRO .
O filme conta a história de Louis (Brad Pitt), um vampiro que foi transformado no século XVIII por Lestat (Tom Cruise). Enquanto Lestat acredita que deu a Louis a maior dádiva que pode existir, este acredita que na verdade foi condenado ao inferno, e só encara a morte como válvula de escape, enquanto o medo o aflige. Ele passa sua vida imortal à procura de um significado para a sua condição, ou pelo menos algum outro de sua espécie.
Sempre relutante em tirar a vida de seres humanos, Louis no início se alimenta apenas de animais. Um dia, porém, não resiste e morde uma garotinha, Claudia (Kirsten Dunst). Lestat, ao descobrir, fica extremamente empolgado, transforma-a em vampira e a "dá de presente" a Louis. Os dois tornam-se muito amigos, sendo um a razão de ser do outro.
Claudia, entretanto, não é feliz, pois, assim como uma criança humana, ela amadurece e torna-se adulta, mas fica eternamente presa no corpo de uma menina. Lestat, enciumado da relação dela com Louis e também farto de suas "crises existenciais", acaba por afastar-se de ambos e tratá-los cada vez pior. Claudia considera que ele é um peso a ser eliminado, e então assassina-o. Para comemorar, ela marca com Louis uma viagem para a Europa. Mas logo antes de embarcarem, para surpresa e pânico de ambos, eles descobrem que Lestat na verdade não morreu.
Em Paris, Louis conhece Armand (Antonio Banderas), o líder de um grupo de vampiros, e espera que ele, já que é provavelmente o mais velho vampiro existente, dê-lhe algumas respostas, o que descobre não ser possível. Logo após, o grupo que Armand lidera assassina Claudia, levando Louis a uma fria vingança que não poupa ninguém, a não ser o próprio Armand.
Por fim, Louis volta sozinho aos Estados Unidos, onde continua sua vida.
TREVAS
Haverá, por hipótese, nas geenas
Luz bastante fulmínea que transforme
Dentro da noite cavernosa e enorme
Minhas trevas anímicas serenas?!
Raio horrendo haverá que as rasgue apenas?!
Não! Porque, na abismal substância informe,
Para convulsionar a alma que dorme
Todas as tempestades são pequenas!
Há de a Terra vibrar na ardência infinda
Do éter em branca luz transubstanciado,
Rotos os nimbos maus que a obstruem a êsmo...
A própria Esfinge há de falar-vos ainda
E eu, somente eu, hei de ficar trancado
Na noite aterradora de mim mesmo!
Augusto dos Anjos
A OBSESSÃO DO SANGUE
Acordou, vendo sangue... - Horrível! O osso
Frontal em fogo... Ia talvez morrer,
Disse. olhou-se no espelho. Era tão moço,
Ah! certamente não podia ser!
Levantou-se. E eis que viu, antes do almoço,
Na mão dos açougueiros, a escorrer
Fita rubra de sangue muito grosso,
A carne que ele havia de comer!
No inferno da visão alucinada,
Viu montanhas de sangue enchendo a estrada,
Viu vísceras vermelhas pelo chão ...
E amou, com um berro bárbaro de gozo,
O monocromatismo monstruoso
Daquela universal vermelhidão!
Augusto dos Anjos
26.9.09
Solidão... a Lua e tu!
Na imensidão da noite
O escuro é quem te acompanha
Pedirás ao luar
Que ilumine os teus passos
E pedirás à lua
Que te acompanhe também!
Vagueias acompanhado, mas só...
Olhas para um lado e para o outro...
E não vês ninguém, para além de ti
Sofres por saberes que neste mundo
Por onde andes, não encontras alguém
As ruas desertas, perdem o encanto de outrora...
Segues lentamente por becos e ruelas
Escuras e mal iluminadas pelo luar...
Que te acompanha pela madrugada!
E depois, páras e sentas
Tiras do bolso do casaco uma caneta
Do outro bolso um papel
Pedes mais um pouco de luz
À lua que te escuta
E recitas... o mais belo poema que possas inventar!
O mais belo desejo de boa noite
É dado no regaço de um suave beijar
E dito no silêncio de um profundo olhar
Deixando adivinhar...
Que o mais belo e forte sentimento
Se esconde debaixo da capa de um sofredor
Que por te dar tanto de mim
Sofre assim...
Sozinho vagueio nestas ruelas despidas
Seguindo o caminho que escolhi
16.9.09
PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM
O fundo dos acontecimentos erguendo-se calado e morto, um pouco da eternidade. Apenas um segundo quieto talvez separando um trecho da vida ao seguinte.
Nem um segundo, não pôde contá-lo em tempo, porém longo como uma linha reta infinita.
Profundo, vindo de longe, — um pássaro negro, um ponto crescendo do horizonte, aproximando-se da consciência como uma bola arremessada do fim para o princípio.
E explodindo diante dos olhos perplexos em essência de silêncio.
Deixando depois de si o intervalo perfeito como um único som vibrando no ar.
Renascer depois, guardar a memória estranha do intervalo, sem saber como misturá-lo à vida.
Carregar para sempre o pequeno ponto vazio .
CLARICE LISPECTOR
10.9.09
8.9.09
ANEURISMA
Aneurismas
Me afastas com os gestos e me sugas com olhos.Como és bobo. Nem tens côrte.
Ouço teus pensamentos e lamento tua sorte.
Como és tolo. E ingênuo.
Qualquer dia, vou cravar-te as presas.
Devorar-te às pressas.
Consumir-te em veneno
Soulvain
2.9.09
“Ela lambe os lábios rubros e lascivos lentamente. Degusta o néctar agridoce que há poucos segundos penetrava-lhe o corpo, fazendo-a extasiar-se e gemer de puro prazer. Suspira e fecha os olhos lentamente. Os cílios castanhos velando os olhos que até então se coloriam de vermelho e eram capazes de aprisionar, de render, de dominar e de levar à morte a deliciosa vítima.” Trecho do conto Aprender Para Dominar, de Simone O. Marques
1.9.09
26.8.09
A COR DA DOR
A dor é vermelha
Encobre a visão.
No silencioso grito
Que implora ao infinito.
Joelhos no chão,
Tapete de sangue.
A dor é mais forte
Reflete no espelho
O retrato da morte.
É dor infinita
Na alma que grita
Que sangra por dentro,
Que deixa manchado
O fino tecido
De sangue bordado.
Melian Wise.
22.8.09
O CANTO...
Eu ouço o canto das coisas medonhas,e sinto a beleza desse canto!
Cada um tem a alma que tem,mudar me deixaria amarga,pois
Acho esse canto alegre,tem uma beleza atraente;e eu vou
Buscar e roubar essa alegria diferente
Do mundo medonho das coisas medonhas...
VERSOS NEGROS
Versos negros engolindo a alvura morna dos raios...
Que gritam mortes e desesperos
E sussurram vidas e esperanças.
Das longas e conhecidas horas,que
Um dia domaram os versos negros
Trazem sulcos gotejantes de musicas selvagens
A esparramarem-se na claridade do hoje.
E trazem tabem as visões imprevistas dos
Minutos nebulosos,do tempo arisco e desconhecido
Que se insinuam quase sempre nos versos negros
Que engolem a alvura morna dos raios.
Quisera oferecer-te estes cantos múltiplos
Que refletem os matizes,as tonalidades,as variações
Das vozes fantasmeis e amigas,que me assaltam
Nas horas serenas,das madrugadas de insônia.
Estes cantos que quisera oferecer-te
São cantos envolventes,meu amigo
Que não trazem o arroubo dos sentimentos fúteis e vazios
Nem a indiferença dos afetos frígidos e formais.
Aceite-0s,meu amigo
Estes cantos múltiplos que te ofereço...
Eles são a minha paisagem sincera
São minha oferenda modesta
Que ainda conservam
Esse pouco de calor ,que
Pertencem aos meus fantasmas companheiros.
A estas partes de mim mesma...
18.8.09
Venda-me para que eu nao me hipnotise pelo ato com que me levas á loucura.
Venda-me para que eu não me apaixone pelo teu corpo ao ve-lo louco suado e entrelaçado no meu.
Venda-me para que meus olhos não se viciem nas tuas mãos quando elas estiverem com o chicote marcando com vergões encarnados na minha pele quase de cetim.
Venda-me para que meus olhos nao visualizem a beleza da minha entrega a ti e aos teus desejos...
Venda-me, assim a cada vez que te vais os meus olhos não poderam reclamar por aquilo que nao viram,
mas a cada vez que voltes as unicas saudades guardadas em mim seja a memoria das marcas um dia deixadas por ti em meu corpo...
Assim ficarei vendada, ate que voltes de novo e me tires a venda...